quinta-feira, dezembro 17, 2009

Entrevista a Joaquim Rocha, presidente do CCR S.Martinho


1.Sr. Joaquim Rocha, encara o CCR S Martinho como uma paixão ou como uma missão?
R: Nunca se pode esquecer o inicio da actividade que foi efectuada pelas direcções anteriores com a inexistência de instalações próprias. O CCRSMartinho já existia antes de termos o campo de jogos. O trabalho já desenvolvido não podia parar e correu sérios riscos de acontecer. A responsabilidade que tenho em conjunto com os meus colaboradores é encarada como uma missão que apaixona quem vive e sente o dia a dia do clube como nós.
2.Faça-nos um pequeno retrato do que é actualmente o CCRSM!
R: Somos uma associação que tem actividade diária com treinos e competição. O CCRS Martinho é actualmente um pequeno clube que tem na época 2009-2010, em competição nos campeonatos organizados pela A.F.Aveiro três equipas de futebol que são Infantis “A”, Juvenis e Séniores.
3.Ultimamente tem-se falado muito de formação, o S.Martinho tem sentido o número de atletas a subir ou a descer?
R: O S.Martinho tem sentido naturalmente o número de atletas a diminuir. A taxa de natalidade tem diminuído, há menos crianças e jovens nas escolas no desporto não poderia ser diferente. A sociedade passa por mudanças muito rápidas e esta diminuição do número de atletas está ligada à televisão ao computador aos jogos de sofá. Há dez anos por exemplo era bem diferente. No entanto ainda há um número de jovens significativo que poderia estar no desporto e em particular no nosso caso no futebol e não o fazem. Será uma factura a pagar no futuro que ninguém tenha dúvidas. É ver os números de crianças gordas e obesas e as doenças associadas e tirar conclusões. Gostava de ver mais gente a praticar desporto e não servirem-se das poucas modalidades que há em Castelo de Paiva para atacar ou servir de desculpa e não praticarem nada. Cada vez há mais comodismo. Se fossem buscar a casa os atletas e levar, ouvimos com frequência.
4. O São Martinho continua a ser um clube virado prioritariamente para a formação?
R: O CCRS Martinho é e continuará a ser um clube que na sua actividade tem por objectivos ajudar a formar não só como atletas mas também como homens nas várias vertentes do seu crescimento. Temos como prioridade a prática de desporto, abrimos as portas a todos aqueles que cumprindo minimamente algumas regras queiram estar em S.Martinho. Não é um clube feito à medida de cada um. Para isso contamos com o apoio e colaboração de dois professores de educação física na presente época responsáveis cada um pela sua equipa. Na época 2008-2009 as três equipas de formação estavam igualmente sob a orientação de três professores de educação física sendo um deles também credenciado como treinador de futebol.
5. A direcção do CCRSM, no inicio desta época, lamentou a forma pouco ética como se estavam a realizar captações para o futebol jovem, quer concretizar para que todos percebam ao que se refere?
R:. Penso que todas as pessoas envolvidas ou não com as situações percebem muito bem quando alguém diz uma frase do género “lamenta-se que se recrute para o futebol dentro do futebol”. Não me quero alongar em mais comentários, pois as atitudes ficam com quem as pratica. Conforme disse atrás gostava muito de ver mais gente a praticar desporto, não é trabalhando com os que se conhece que se aumenta o número de praticantes e se descobre novos talentos quem sabe. È preciso envolver os que ainda não praticam.
6. O trajecto do CCRSM é mais visível no futebol, abraçar outras modalidades não faz parte dos planos do clube?
R: Efectivamente é verdade que o futebol é a actividade principal senão mesmo única, no entanto recordo que o S.Martinho também já foi filiado na A.F.Aveiro de Atletismo. A curto prazo não fazemos planos de desenvolver outras modalidades. Falta de recursos humanos e económicos são as razões principais.
7. Esta época o futebol sénior está de regresso ao clube, o que levou à suspensão do futebol sénior e o que fez com que o clube volta-se a abrir as portas ao escalão maior?
R: A gestão dos vários escalões desde as escolinhas até aos séniores sempre foi uma matéria tratada com igualdade entre estes não havendo preferência nem discriminação positiva ou negativa para a sua inscrição ou não em determinada época. Há sempre vários factores a influenciar a decisão para quem decide com a razão e não com o coração. Houve sempre a preocupação dos interesses do S.Martinho estarem acima de qualquer outro.
A razão principal para a suspensão do futebol sénior foi as dificuldades que o clube atravessava. Apesar de não estarem totalmente resolvidas temos condições agora para ter uma participação mais condigna com aquilo que são os nossos objectivos.
8. A equipa sénior foi montada com que objectivos?
R: Os objectivos que estiveram na origem da inscrição da equipa sénior para esta época foram recuperar o excelente grupo de atletas que o S.Martinho tinha na época 2007-2008 e que nos permitiu a subida de divisão. Foi o plantel constituído com alguns princípios sendo desde logo o primeiro e principal convidar todos os atletas que tinham garantido a subida de divisão e que não estivessem comprometidos com outro clube. A facilidade com que conseguimos isto desiludiu aqueles que quiseram criar factos ou apontar outras razões. Reunir e dar oportunidade a atletas que foram da nossa formação.
Com isto conseguimos que apenas dois atletas que fazem parte do plantel joguem pelo primeiro ano em S.Martinho. O espírito de grupo é forte e quem vem de novo é integrado com facilidade pelos da casa. Temos por objectivo desportivo fazer uma época tranquila que dignifique o nosso nome a nossa terra e os nossos atletas.
9. A eliminação da 3ª divisão distrital foi benéfica ou prejudicial ao CCRSM?
R: Esta era uma decisão mais ou menos esperada e que também teve a sua cota parte aquando da decisão de suspender por um ano a equipa sénior. Sabia que iríamos disputar a II divisão distrital por direito próprio mesmo estando fora um ano. Colocando a questão em saber se fomos beneficiados com isto, fomos principalmente no que se refere às distâncias a que ficamos dos outros clubes que fazem parte da nossa série. Percorremos agora menos quilómetros para jogar fora de casa.
10. Fala-se muito de falta de dinheiro, como sobrevive o CCRSM?
R: Fala-se e é verdade. A população em geral podia apoiar um pouco mais. Não se dá o devido valor ao que existe. Se fosse fácil concerteza havia mais clubes no concelho com a nossa actividade. Em termos de sócios temos poucos pagantes como a generalidade dos clubes da região. Exploramos o pavilhão e o bar mas também aí a procura cai de dia para dia. Já agora um aparte quem quiser treinar no pavilhão durante um hora paga menos que um fumador quando vai comprar um maço de tabaco! Retomando o dinheiro contamos com um subsidio anual da Junta de Freguesia e outro da Câmara Municipal de Castelo de Paiva. O problema maior é o pagamento desse subsídio por parte da Câmara Municipal, é que apesar de atribuído o seu pagamento é muito atrasado. No ano 2009 não foi atribuído nenhum subsídio da Câmara Municipal, em relação ao atribuído em 2008 temos para receber ainda mais de 80%. Mais um exemplo, esta direcção iniciou a quarta época desportiva, em termos de subsídios da Câmara Municipal atribuído e pago na totalidade recebemos apenas o ano de 2007 !
11. Para o futuro próximo quais são os planos que esta direcção tem para o clube?
R: Os planos para o futuro são continuar a trabalhar de modo a proporcionar ao maior número de atletas possível as condições mínimas para treinar e competir com um nível razoável de organização e segurança. Brevemente também vai haver eleições para os corpos sociais. No entanto contribuir para o desenvolvimento desportivo do concelho, lutando com as armas que temos mas com a consciência que cada vez estamos mais longe de outros clubes pelas condições que vamos encontrando noutras localidades.
12. Qual é o grande sonho que ainda tem para o CCRSM?
R: Melhorar as infra-estruturas nomeadamente a colocação de um piso sintético, criar e equipar uma ginásio onde se possa acompanhar e desenvolver os atletas com técnico credenciado. Dar continuidade ao trabalho que tem sido feito com muito sacrifício dos nossos tempos livres e da nossa família, mas com a convicção de que estamos a fazer algo de positivo pelos nossos jovens e pela nossa terra.

1 comentário:

Ovni Tuga disse...

excelente trabalho este das entrevistas!
só uma dica/opinião, é melhor dar mais espaço entre as perguntas e as respostas, fica mais visivel e de fácíl leitura para os visitantes! no entanto é apenas a minha opinião!

Pinheira