domingo, junho 08, 2008

Paivense ao Raio-x

No início de época, quando à comunicação social, o presidente Carlos Maurício assumia que o Paivense era candidato à subida, muitos foram os torceram o nariz e, com alguma arrogância, “rasgaram” um sorriso irónico não acreditando em semelhante heresia. O campeonato veio dar razão ao presidente e aí está o Paivense de regresso à primeira divisão.
Com um plantel formado maioritariamente por jogadores de Castelo de Paiva, os obstáculos foram sendo ultrapassados e os objectivos alcançados. Na esmagadora maioria dos jogos, o Paivense evoluiu num 4-4-2 linear (clássico), onde o colectivo se sobrepôs sempre ao individual. Não foi o sistema táctico a fazer a diferença, mas sim o crer, a vontade e o espírito de entreajuda. Normalmente a equipa de António Lopes optou por futebol directo em detrimento de um jogo mais apoiado. Transições rápidas defesa-ataque acabaram por decidir em muitos jogos. Partiremos então para uma análise por sectores:
Baliza
Cubilhas foi o titular indiscutível, com uma enorme experiência soube estar quando foi preciso. Acredito que com a sua envergadura a baliza tenha-se tornado muito pequena para alguns avançados. Quando Cubilhas não pode dar o seu contributo apareceu Nani, diga-se, em abono da verdade, que cumpriu sempre que foi chamado.
Defesa
Foi nesta linha de quatro que se começou a desenhar a subida. De longe o sector mais forte do Paivense e aquele que pela sua solidez deu alguns pontos de extrema importância. Na direita “reinou” Pedro, são muitos anos de futebol e a sua experiência veio ao de cima. Sem chegar a ser exuberante foi de grande regularidade. Inteligente, soube perceber que já não tinha ritmo para dar profundidade ao ataque e quase sempre preferiu o conforto do seu cantinho a tentar algo mais na frente. A escolha revelou-se acertada. No eixo da defesa, foram 3 os jogadores que se destacaram, Ângelo, Carlos e Correia. Ângelo teve concerteza uma época abaixo do que esperaria, marcado pela infelicidade das lesões foram poucas as vezes em que conseguiu jogar com assiduidade e a 100%! Contudo, esteve impecável quando jogou e fez a diferença em lances de bola parada. Carlos, fez uma belíssima época, nunca vira a cara à luta e é tremendo no um para um. A grande lacuna que apresenta é na construção de jogo, tem que evoluir no sentido de fazer parte da 1ª fase do jogo ofensivo da sua equipa. Correia foi mais um caso em que a experiência marcou pontos. Pode dobrar mas não quebra, sente a camisola como poucos e por vezes não se percebe onde vai buscar forças para um sprint final. Foi utilizado na esquerda, em algumas ocasiões, mas aí o seu rendimento baixou consideravelmente devido à falta de alguma velocidade. Na esquerda, Agostinho, velocíssimo a atacar forte a defender, deveu-se em grande parte a ele o facto da ala esquerda ser a mais forte da equipa. Destacou-se também nos lances de bola parada.
Meio Campo
Na direita, Cuca levou vantagem sobre Tito. Na maioria dos jogos, António Lopes, optou pela capacidade de luta e espírito de sacrifício do Cuca. Tito, dono de uma velocidade elevada, teve o condão de “abanar” os jogos quando entrava, não me sai da retina o grande jogo em Sardoura. A grande lacuna que apresenta é o facto de não realizar diagonais em profundidade, o que por vezes faz com que exagere na verticalidade do seu futebol. Na esquerda, Bruno Picão, fez provavelmente aquela que se poderá considerar a melhor época no Paivense. Tem que ser trabalhado no aspecto de finalização de jogada, ainda não encontrou o timing ideal para “libertar” a bola. No meio, a classe de Tavares sobressaiu, um jogador acima da média, que soube “transportar” o futebol do Paivense e quando não jogava a diferença no nível de jogo era notória. Hélio e Hélder repartiram a outra vaga no meio campo. Hélio, mais utilizado, combativo, bom sentido posicional e acaba por fazer uma época positiva. Hélder carrega consigo o “fardo” de ser de Castelo de Paiva, a ele nada é perdoado, na minha opinião tem vindo a evoluir e este ano esteve uns furos acima do ano passado. Veremos a sua evolução nas próximas épocas.
Ataque
Talvez o sector mais frágil do Paivense. Erro na elaboração (ou crise de pontas de lança) no plantel levou a que as opções fossem escassas no ataque. João Carlos e Paulinho foram os mais utilizados, no entanto, faltou ao Paivense um “animal” de área, um jogador que encaixa-se no meio dos centrais e assim criar espaços para o futebol dos nossos avançados. No entanto e apesar das limitações os avançados acabam por realizar uma época positiva. João Carlos, um verdadeiro líder, a realizar mais uma boa temporada, jogou e fez jogar! Soberbo na organização de jogo, faltou-lhe um pouco nada na finalização. Paulinho, primeiro ano de sénior, este miúdo tem qualidade. Fez um brilhante inicio de época, esteve fulgurante nos lances de bola parada. Para tentar perceber o porquê de uma quebra tão grande na segunda volta do campeonato. Depois houve Ginho, um júnior com enorme margem de progressão, cujo contributo veio a demonstrar grande preponderância.
Notas finais
Num plantel haverá sempre os menos utilizados, mas não menos importantes! Todos eles tiveram um papel importante, a ver a evolução de Tiago Paiva, Tiago Silva, Fábio e Marçal. E uma palavra para o Zequinha que muitos anos deu ao Paivense.
Finalmente o treinador, cumpriu!!! E Este é o melhor elogia que se pode fazer a um treinador! Parabéns António Lopes!

1 comentário:

Anónimo disse...

Antes demais parabéns pelo blog...ainda bem que alguém tomou a iniciativa!
respondendo ao que diz no artigo, talvez tenha acusado a responsabilidade, tal como diz aqui foi o meu primeiro ano de senior. Mesmo assim a verdade é que sinto que podia ter feito mais.
de qualquer forma obrigado pelo blog.