domingo, julho 23, 2006

Cesarense - Feridas da última época ainda estão por sarar


O Futebol Clube Cesarense ainda não elegeu os órgãos sociais. Na última assembleia, convocada para o efeito, ‘lavou-se alguma roupa suja”, mas também saíram apelos veementes à união dos associados à volta do clube. Os trabalhos prosseguem no dia 21, estando garantida a inscrição do clube.Manuel Vieira sucede a Manuel Vieira? Tudo indica que sim. No final da assembleia, antes do presidente da mesa Ernesto Gonçalves encerrar os trabalhos, Fernando Almeida fez uma proposta e o ainda presidente não disse que sim, mas também não disse que não. Fernando Almeida propôs um voto de confiança a Manuel Vieira, pedindo-lhe que aceitasse a recondução e que lhe deseem total liberdade para escolher a sua equipa, que apresentaria na próxima reunião, aprazada para 21 de Julho”. Tal como outros oradores, aquele associado também fez um apelo à união de todos os, numa altura em que o Cesarense se apresta para celebrar 75 anos de actividade. Balanço da época desportivaEmbora o primeiro ponto da ordem de trabalhos fosse dedicado à apresentação de listas para os corpos sociais, a verdade é que a reunião começaria praticamente com uma análise ao desempenho do clube na época finda. Manuel Freitas culpou a direcção pela despromoção do Cesarense ao Campeonato Distrital. “Descemos na secretaria. É um desagrado fazer 75 anos e descer na secretaria”, referiu aquele associado que acusou ainda a direcção cessante de ter arrancado os cedros plantados há quatro anos na parte Sul do estádio, “um acto de vandalismo, um desprezo para com a Comissão de Obras, o Cesarense e a Câmara Municipal”.O presidente Manuel Vieira assumiu “alguma responsabilidade, mas confiei nos directores, pensei que estava tudo em ordem”, confessou. Já quanto ao corte dos cedros, Manuel Vieira jurou que não houve da sua parte qualquer vingança, acrescentando haver um projecto para “se fazer alteração daquele espaço, que não foi realizado por falta de dinheiro”. Jorge Rocha, o presidente de há duas épocas, avocou a responsabilidade pela perda dos três pontos na secretaria por falta de pagamento de uma multa, “por desorganização, até porque tínhamos um crédito de 1.600 euros na Associação”. “Preocupa-me o futuro”O dirigente lamentou que o clube tivesse trocado um treinador, que “sem exigir nada fez dois terceiros lugares. Alguém, por ele ser meu amigo e do António Azevedo quis pô-lo daqui para fora”. Já quanto ao que foi escolhido, referiu que ele pedira mais uma oportunidade em Anadia, que não lhe foi concedida. Se lhe tivesse sido concedida talvez não se tivesse de pagar os 5.000 euros.Também Franclim Freitas, depois de manifestar apreço a Ângelo Silva, jogadores e treinadores das equipas da formação, lamentou que alguns deixem o clube, “porque estão ali por carolice, porque gostam do clube, mas não foram acarinhados por esta direcção. Lamento que treinadores de Cesar, que se empenharam de corpo e alma, vão embora, porque não tiveram uma palavra de apreço. A terminar, Franclim Freitas acrescentou que “misturar a política com o futebol deu no que deu. O Cesarense está no estado de coma, preocupa-me imenso o futuro”.“Vamos unir-nos”Em jeito de conciliação, António Pinho apelou à união de todos. “Vamos unir-nos, ricos e pobres, a fim de levarmos o Cesarense outra vez para a frente. Seria pouco honroso para todos nós deixarmos acabar o clube.Depois de alguma discussão à volta dos estatutos do clube, nomeadamente sobre o que eles preceituam no caso de ausência dos corpos sociais, António Azevedo lamentou que se estivesse tanto tempo sem convocar assembleias. “O Cesarense começou mal e vai acabar mal, isto não é o Cesarense”, referiu para de seguida perguntar “onde estão os políticos que nos últimos três anos arranjaram direcções para o Cesarense. Voltem, arranjem direcção e não tratassem tão mal os cesarenses”. António Azevedo deixou mais algumas perguntas no ar: “Este clube não tem condições para andar na III Divisão Nacional? Se estivermos unidos tem-nas”, respondeu, enquanto o presidente da mesa, Ernesto Gonçalves garantiu que estaria “à cabeça para ajudar a encontrar uma direcção”. ------------“Câmara não apoia”Na parte final da sua intervenção, o ainda coordenador das camadas jovens, embora ilibando a Oliveirense, “um clube que nos merece todo o nosso respeito”, criticou a Câmara Municipal. “Somos o segundo clube do concelho com mais atletas federados e os apoios da Câmara não se vêem. Por causa da formação pagou o centro de treinos à Oliveirense. Vejo sair dinheiro para a Oliveirense e nada para os outros clubes. Isso não é correcto, porque nós também trabalhamos, temos ali centena e meia de atletas e já não temos condições. A Câmara deve apoiar os clubes que efectivamente trabalham e não pode esquecer o Cesarense”, alertou.

in Correio de Azeméis, -

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