quinta-feira, agosto 03, 2006

Fajões... um adeus anunciado

Grupo Desportivo de Fajões poderá mesmo fechar as portas. Na última assembleia, realizada na noite de sexta-feira, estiveram apenas dois associados. A comissão administrativa vai entregar, no decorrer desta semana, se até lá não surgir uma solução, as chaves à Junta de Freguesia.A reunião destinava-se essencialmente à apresentação de contas, bem como à eleição dos órgãos sociais do clube. Se no primeiro caso, elas foram apresentadas, tendo a comissão administrativa tudo organizado, já no que diz respeito à eleição, ela foi inviabilizada pela ausência dos sócios e simpatizantes, pois apenas dois compareceram à reunião.Saldo negativo, mas…A nível de receitas o Grupo Desportivo de Fajões alcançou um total de 53.525,90 euros, enquanto as despesas totalizaram 71.451,93 euros, de que resulta um saldo negativo de 17. 926,03. Este saldo negativo deveu-se ao facto da comissão administrativa contar com algumas verbas prometidas e que não chegaram a concretizar-se, nomeadamente, um subsídio da Câmara Municipal, no valor de 9.980 euros, relativo ao slogan “Azeméis é desporto”, relativo às épocas anteriores. João Paulo Pinho acrescentou que o relativo a 2005, no valor de 1750 euros foi pago, tal como o subsídio da Junta de Freguesia. Havia ainda a promessa de um particular para as obras, que não chegou a concretizar-se, tendo Manuel Artur avançado com dinheiros seus.Por seu turno, Manuel Artur, a respeito do saldo negativo, concretizou, acrescentando que “se o senhor Gama cumprisse com o que nos disse, a Câmara Municipal nos desse o que nos deve e alguns sócios tivessem vergonha e pagassem os livre-trânsito, que nem isso fizeram, nós tínhamos tudo pago e ainda um saldo positivo de 2.933,97 euros. Temos tudo organizado ao pormenor, sabemos o que rendeu cada jogo, se deu prejuízo ou lucro. Cada jogo em casa custa 300 euros ao clube, só para os árbitros, taxa e GNR, sem contar com os gastos com água e luz, num deles tive que pôr 100 euros do meu bolso. As pessoas pensam que estamos aqui quatro”.Se aparecesse mais gente…Face ao desinteresse dos associados, Manuel Artur acrescentou: “Se querem que o Grupo Desportivo de Fajões continue têm de aparecer, se não querem, lacramos o livro de actas, para não se fazer certas vergonhas que outras direcções fizeram, isto é, folhas em branco, não sabemos para fazer o quê, chave lacrada e entregamos à Junta. Quando houver alguém, nos abrimos o lacre”.“Se estivesse muita gente, se calhar até era bem empregue o dinheiro dele, era sinal de que as pessoas davam valor. Estamos de consciência tranquila, fomos poucos mas bons, e, nos bons e nos maus momentos, estamos aqui para dar a cara, ao contrário de muitos outros que dizem muito mas não têm a coragem de estar aqui”, referiu João Paulo Pinho.A comissão administrativa agradeceu à Junta de Freguesia por ter pago o subsídio, bem como à Câmara, que liquidou o referente ao logótipo, colaborou com a doação de areia e de cimento para as obras e disponibilizou o autocarro para levar a equipa a Pessegueiro do Vouga, aquando do vandalização da carrinha do clube, bem como a outras pessoas que colaboraram para que as obras. ----------------------------Clube é viável, falta uniãoManuel Artur não vê grandes dificuldades para gerir o Grupo Desportivo e dá a receita: “Tem de haver mais união. Se eu vejo aqui apenas duas pessoas, significa que os fajoenses não querem o futebol, caso contrário, estariam aqui”.

in Correio de Azeméis,

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